Participação na pesquisa

Convidamos a todos os interessados sobre o tema a participarem no blog enviando comentários sobre suas observações diárias ou eventuais, suas experiências com as árvores da cidade, deixando seu depoimento sobre preferências de espécies, fatos e momentos da vida ligados a esses elementos urbanos.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Árvore Religiosa

Vamos retomar neste post uma espécie sobre a qual já falamos aqui no blog, uma figueira bastante comum em nossa cidade – a figueira religiosa. No texto anterior, falamos sobre a forte presença de um conjunto desta espécie na Av. Visconde de Albuquerque, destacando a questão de sua contribuição para a identidade da paisagem. Neste momento, o foco é a mensagem que elas nos trazem no final de ano.
Nativa da Índia e da Tailândia, a Ficus religiosa é uma espécie considerada sagrada em seu local de origem. Segundo a cultura indiana, foi sob esta árvore que Buda recebeu a Iluminação. Seu nome científico revela este significado. Desde o século XIX no Rio de Janeiro, a figueira religiosa foi introduzida no Brasil pelo paisagista francês Auguste Glaziou que a utilizou nos projetos de parques principalmente na cidade do Rio de Janeiro.

Seu porte majestoso e copa frondosa contrastam com a delicadeza de suas folhas com formato sinuoso que finalizam em vértice alongado e pontiagudo, configurando-se uma característica facilmente identificável. São também as folhas que imprimem outra interessante marca desta árvore: no final do ano, há uma renovação de sua folhagem, fazendo com que sua copa transite pelos tons de amarelo e verde claro. 

A aura mística que envolve suas origens transforma esta característica morfológica em mensagem de vida. É como se elas nos ensinassem o movimento de renovação, de recomeço através da associação da transformação cíclica, que faz parte de seu processo vital. Nos últimos suspiros do ano que finda, elas perdem suas folhas para começar o novo ano com folhas tenras, renovadas, com o frescor e a leveza das desobrigações. Assim como nossas expectativas de final de ano, de revisão de nossos projetos, de reestruturação de vida, de recomeço de sonhos no novo ciclo que se abre. As árvores de nossa paisagem nos inspiram e nos ensinam. 

Feliz Ano Novo!



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